Publicado no blog Ubatuba Víbora
Coluna da Sexta-Feira
7 de Novembro de 2008
A Atma é ótima.
Ou melhor, foi.
Nas caixas de seus brinquedos, um policialzinho inglês vinha de capacete com as iniciais RC, de Rígido Controle.
Revelava a preocupação dessa indústria com o controle de qualidade, há 40 anos.
Para as empresas, monitorar a qualidade é tarefa permanente.
Para tanto, diversos indicadores são adotados.
O empresário sabe que um descuido no sistema de avaliação da qualidade pode prejudicar a comercialização de seus produtos.
Na esfera pública, uma série de indicadores também contribui para medir os serviços.
Ao medir, conseguimos avaliar o grau de qualidade.
E, como não se gerencia o que não se controla, é fundamental usar os indicadores, procurando traduzi-los de forma simples e clara, permitindo ao governo e a sociedade um retrato fiel da situação.
Com tais avaliações, tomam-se as decisões para corrigir os rumos.
Daí a importância de que tais medições sejam muito bem feitas, pautadas em dados confiáveis, transparentes.
Creio que Ubatuba tem, nesse instante, uma ótima oportunidade para valorizar essas ferramentas governamentais.
Imagino, por exemplo, a discussão sobre um indicador, a cada quinzena.
Valendo-se da internet, os interessados e especialistas opinariam, explicariam, orientariam.
Passada a discussão, faríamos um documento sintético, com uma análise crítica, para encaminhar ao prefeito e vereadores.
Talvez tivéssemos o embrião do fórum de debates, tão cobrado pelas forças da oposição.
Quem sabe, até, uma vez por mês, pudéssemos promover um encontro dos interessados, para um balanço das avaliações.
A presença de representantes do governo, com real respaldo do prefeito, além da ampla cobertura da imprensa local, daria visibilidade a esta iniciativa, revelando um viés democrático que Ubatuba precisa agregar ao seu cotidiano.
Não podemos mais perder tempo com discursos personalistas.
Não nos interessa saber quem é o bom, quem teve mais ou menos votos.
Posturas que só prestigiam o ego, reportam alguns políticos ao jardim da infância e seus brinquedinhos deliciosos.
Ao utilizar os indicadores sociais e econômicos para medir a ação governamental estamos trabalhando sobre a verdade científica.
Sobre ela devemos nos debruçar, buscando as soluções que a cidade espera, de forma criteriosa, compartilhada, realmente democrática.
A Atma passou.
Os governos passam, também.
É preciso que fiquem as boas lembranças e, no caso de Ubatuba, um campo fértil, duradouro, para nós e para as novas gerações.
Afinal, o futuro de uma cidade chega rápido.
E não é brinquedo.
Amor não é brinquedo
Martinho da Vila/Candeia
Arranco de Varsóvia