Celso de Almeida Jr.
Ubatuba, 07 de janeiro de 2017
Publicado no Canal R1 - 11/1/17
Publicado no Canal R1 - 11/1/17
Vamos lá...
Sou um grande defensor do estado menor, mais enxuto, mais barato.
Que menos interfira na vida dos cidadãos e transfira para a iniciativa privada o máximo de serviços.
Consolidei tal pensamento atuando como empreendedor e, também, pela proximidade que tenho com políticos de diferentes regiões do Brasil.
Será, entretanto, que esta é ação primordial para o país deslanchar?
Ou a vergonhosa aliança do setor público e privado - explicitada pela operação Lava Jato - prova que tamanha expectativa de competência na iniciativa privada não significa a solução imediata de nossos dramas?
Um exemplo recentíssimo foi o contrato de parceria publico-privada para a administração de unidades prisionais do Amazonas, que, em Manaus, neste início de 2017, não evitou o terrível massacre de mais de 50 detentos por facção criminosa.
E a telefonia brasileira?
Passados tantos anos, o salto magnífico com a privatização ainda não garantiu um serviço de qualidade com preços justos.
Assim, parte dos brasileiros se agarra a convicção de que precisamos de um estado forte, centralizador, desenvolvimentista e outra grande parcela prefere a ampla redução do estado, acelerando as parcerias com a iniciativa privada.
Nossos imediatos dramas, porém, penso que são outros.
Vivemos, em escala elevada, nas duas esferas - pública e privada - um imenso desprezo por padrões éticos; um total distanciamento da realidade; uma soberba sem controle; o desprezo absoluto pela opinião alheia; o flerte inaceitável com a criminalidade; a incapacidade de refletir, argumentar, assumir responsabilidades; a ausência assustadora de competências; o descarte espantoso de planejamentos rigorosos.
Esta complexa crise de valores e de comportamentos deveria ser estudada e discutida, permanentemente, por famílias, escolas e empresas.
É o que testemunhamos nestes tempos?
Talvez, a crise moral que atingimos provoque uma reação positiva no sentido de valorizar a educação, a formação, o planejamento, os relacionamentos construtivos e a transparência administrativa em todos os níveis.
Se assim for, as dores presentes poderão ser diluídas, permitindo que instituições públicas e privadas trilhem caminhos extraordinários, gerando confiança, riqueza e, principalmente, bons exemplos.
Eu quero é botar meu bloco na rua
Sérgio Sampaio
Casuarina - Lenine
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