Celso de Almeida Jr.
Publicado no Blog Ubatuba Víbora
Coluna do Celsinho
22 de abril de 2016
Li e ouvi relatos de indignação com as manifestações de nossos deputados federais, quando da autorização para a abertura do processo de impeachment.
Os votos - sim ou não - vieram acompanhados das declarações mais esquisitas.
Até Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, disse sobre a votação:
"É de chorar de vergonha! Simplesmente patético."
Mas, afinal, qual a surpresa?
Os mais velhinhos lembram da mesma novela quando do afastamento de Collor.
As mesmas citações apaixonadas.
Os mesmos arroubos juvenis.
Insisto, portanto: qual a surpresa?
Será que nunca reparamos em nossos representantes?
Aliás, que ninguém nos ouça, alguém se identificou com algum dos deputados?
Ou, pelo menos, lembrou da postura de um parente ou colega próximo?
Sendo mais explícito:
Se estivéssemos lá, faríamos muito diferente?
Tirando os famosos Paulo Maluf e o palhaço Tiririca, bastante discretos em seus votos, a grande maioria não resistiu aos segundos de fama.
Pois é...
Uma das grandes lições deste espetáculo foi permitir à nação um duro olhar no espelho.
E isso não faz mal.
Serve, ao menos, para uma atenção maior na hora de votar.
Prova, também, que só através da educação conseguiremos uma representação de mais qualidade.
É preciso registrar, porém, que isso não tira a legitimidade da decisão dos deputados.
Não significa, também, que as manifestações infelizes desqualifiquem totalmente aqueles que as emitiram.
O povo, bem ou mal, tem nos deputados e senadores a sua legítima voz.
Esta, como se vê, ainda é rouca.
Mas dá pra ouvir!
Sangrando
Gonzaguinha