Publicado no blog Ubatuba Víbora
14 de Novembro de 2007
Numa das fases difíceis da escola, liguei para o Thomas.
Não demorou, o Gurgel estacionou no pátio.
Expus minhas dificuldades financeiras e os planos que defini para buscar novos parceiros.
Solidário, compartilhou seu pensamento confortando-me e incentivando-me.
Sobre os negócios, o assunto parou aí.
Bravo, como ainda não tinha visto, repreendeu-me pelo estado da Renda Portuguesa, abandonada num vaso no corredor principal.
Com um canivete, afofou a terra, buscou uma jarra, deu a umidade que a planta implorava.
Imediatamente, apresentei minhas desculpas.
Imediatamente, apresentei minhas desculpas.
Foi o suficiente.
Sorrisos, um abraço e um aperto de mão encerraram aquele encontro.
Refleti muito sobre o gesto do Thomas.
Estaria ali o meu problema?
Mergulhado nas estratégias administrativas mais complexas, eu deixei de lado o zelo com as coisas que realmente importavam.
Além daquela planta, quantas outras vidas estavam carentes dos meus cuidados, da minha atenção, incluindo a minha?
Hoje, quando soube da morte do Thomas De Carle Gottheiner, não poderia deixar de alguma forma rememorar uma das passagens com o amigo querido.
Na entrada da sala onde trabalho a Renda Portuguesa está lá, bonita.
Ele, de certa forma, também.
Majestade O Sabiá
Roberta Miranda
Chitãozinho & Xororó e Jair Rodrigues