1.1.12

Pós poeira

Celso de Almeida Jr.


Publicado no blog Ubatuba Víbora
Coluna da Sexta-Feira
17 de Outubro de 2008


Integro um pequeno grupo de articuladores que colaborou na campanha de Eduardo César.
Eu, em especial, contribuí modestamente. Reuniões do Conselho Político contaram comigo, na fase inicial.
Foi bom. Convivi com gente experiente, generosa; vi boa vontade.
Muitos projetos sugeridos também encontraram eco e hoje, com a reeleição do prefeito, creio que mais conquistas virão.
Há, entretanto, divergências que muito me incomodam. E, como participante da base aliada, sinto-me totalmente à vontade para criticar, sem rodeios.
Se, por um lado, admiro a habilidade da equipe do prefeito, que mostrou competência para construir uma força eleitoral expressiva, tanto para o executivo, quanto para o legislativo, não comungo com a forma como o governo se relaciona com a oposição e com os formadores de opinião nitidamente críticos.
O caso Clodovil foi lamentável. A presença de funcionários comissionados da prefeitura, na Câmara, dirigindo ofensas ao deputado, dificulta a construção da imagem de uma cidade moderna, de mente arejada, aberta para os mais diversos pensamentos.
Aliás, a própria característica geográfica de Ubatuba, com um mar amplo e maravilhoso à nossa frente, deveria inspirar os homens públicos para esta visão de liberdade.
Fico com o pensamento de Carlos Lacerda: “A liberdade não é um bem que se adquire ou se aluga e, portanto, se pode alienar ou dispensar. É um atributo do homem, uma qualidade inseparável de sua natureza.”
Nessa linha, no assentar da poeira do pós-pleito, nutro a mais intensa expectativa de que o comando político da prefeitura reveja as suas ações, procurando ouvir as vozes divergentes, respeitando outras correntes políticas que constituem a sociedade ubatubense e, principalmente, que parta para a efetiva profissionalização do serviço público.
Eduardo César e sua equipe direta de colaboradores têm toda a condição de projetar voos maiores no cenário político regional, o que será bom para Ubatuba.
Mas, para tanto, é preciso aprender a ouvir. De verdade.

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