Publicado no jornal A Cidade - Coluna Política & Políticos
Ubatuba-SP, 03 de fevereiro de 2001
Tim Maia roncava:
Não quero dinheiro/só quero amar/só quero amar...
Até que dá - dependendo da parceira/parceiro - conseguir viver na dureza.
O problema está quando se conquista um certo padrão e as circunstâncias exigem um recuo.
Não é qualquer família que aguenta.
E corta o celular, e corta a mesada, e perde o carro, e volta o cheque e...sai de baixo!
Escrevo porque vejo muitos - muitos mesmo - perdendo a tranquilidade familiar e sofrendo pressões de filhos e parentes para aumentar a "produção" de dinheiro.
A pergunta é: como?
É terrível ver a revolta de muitos jovens quando precisam abrir mão de alguma coisa.
Pior, é assistir ao sofrimento dos pais que, agoniados, enchem-se de culpa por não conseguirem realizar os sonhos da garotada.
É urgente mudar a visão das coisas.
Esta obsessão materialista tem transformado adolescentes e adultos em verdadeiros poços de infelicidade.
Nunca encontram satisfação.
Buscam sempre mais; como se a grande meta fosse acumular bens & bagulhos para, ao final da vida, assistir a parentada afiando o machado para a partilha.
Quem já passou por dificuldades extremas e encontrou energia para contorná-las sabe que a paz para solucionar qualquer problema está em nós mesmos.
Se os mais próximos não compreendem e não suportam enfrentar as pedras do caminho, não devemos sofrer com isso.
Palavras de confiança e fé, mescladas com muita paciência e resignação, são as ferramentas para driblar a crise e encorajar aqueles que nos cercam.
Talvez, esta receita também seja útil aos políticos.
Eles, mais do que todos, têm a tarefa de semear otimismo e confiança na vida de nosso povo.
Numa época em que trabalha-se tanto, não podemos descuidar da saúde do pensamento, que precisa de equilíbrio para encontrar soluções dos problemas de todos os dias.
Pensar positivo, acreditar nas pessoas e cultivar a paciência é um bom caminho para suavizar as nossas aflições e transmitir confiança e alegria a quem nos cerca e, principalmente, aos turistas.
Uma coisa chamará a outra.
Satisfeitos e bem tratados, eles voltarão sempre.
E o dinheiro virá.
E as dificuldades serão contornadas.
Como se vê, consolidar Ubatuba como cidade turística depende da nossa capacidade em respeitar o visitante, poupando-o dos nossos dissabores e valorizando-o como principal agente do nosso desenvolvimento.
PS: Estamos assistindo ao enorme esforço da Secretaria da Educação para garantir vagas aos estudantes ubatubenses da rede pública. Nas vésperas de mais um ano letivo, estendo ao atual Secretário, prof. Corsino, de quem tive a satisfação de ser aluno, os meus votos de sucesso para os trabalhos de sua equipe.
Não quero dinheiro
Tim Maia