Celso de Almeida Jr.
Publicado no jornal A Cidade - Coluna Política & Políticos
Ubatuba-SP, 18 de novembro de 2000
Tem gente que não aceita crítica.
Esperneia. Sente-se agredida. Arrepia. Cora.
Chuta paredes. Explode.
Na política, criticar e ser criticado faz parte do jogo; não dá para evitar.
Por isso, o político maduro sabe filtrar o tiroteio, aproveitando as observações fundamentadas; mostrando paciência e habilidade com a opinião pública.
Ocorre que a maioria de nosso povo e da nossa elite tem alergia à prática da crítica. Não admiram muito quem escarafuncha. Assim, quem pensa, deve valorizar a minoria barulhenta que, mesmo quando peca pelo excesso, merece incentivo. Devemos considerar o altíssimo som necessário para os cordeirinhos perceberem que o pastor, muitas vezes, é um lobão disfarçado.
Há momentos, entretanto, em que uma trégua torna-se necessária.
Não refiro-me ao Zizinho. A retrospectiva de seu governo e da sua conduta moral e administrativa, de janeiro de 1997 a dezembro de 2000, não permite a ninguém rasgar elogios aos seus procedimentos. Ainda mais agora, quando é voz corrente na prefeitura que ele vem travando as informações para a transição. Nesta hora, falo de Paulo Ramos de Oliveira.
Enquanto candidato, foi bombardeado. Eu mesmo não deixei de estilingá-lo com bolinhas de gude. E, repetirei a dose, se incorrer nos mesmos erros. Mas...da eleição para cá continuo observando o seu comportamento. Parece-me mais prudente e consciente da enorme responsabilidade que assumiu. Suas declarações têm sido conciliatórias. Eu já soube que cortou a expectativa de alguns "cupinchas" que já consideravam certa a "boquinha" na prefeitura. E os assuntos mais polêmicos estão merecendo de sua parte a tranquilizadora frase: "Consultarei a sociedade organizada". Bom sinal.
O Paulo já sabe que reformei meu estilingue. Devo, contudo, dar um voto de confiança e um tempo para o novo governo se organizar e se articular. O seu sucesso será o sucesso de Ubatuba e não há diferença política que fique acima disso. Esperamos um prefeito equilibrado e bem intencionado. Que assim seja! Se não for, paciência. Usarei as mesmas armas, mas tentarei nova munição.
Homenagem Especial
Ele amou a fazenda e sua gente; amou os caminhões e as estradas; amou a mecânica e seus mistérios; ama a vida e conseguiu agarrá-la quando sobreviveu a um violento assalto em 1996. Hoje, ama a escola e - ao lado da Prô Aninha - ajuda a criar um espaço cada vez mais agradável para os jovens ubatubenses. Gratidão, certamente, é a palavra adequada para traduzir os meus sentimentos. Sempre tive o seu apoio. Deixou-me experimentar e errar, "bater e apanhar". Suas histórias da infância, da adolescência, da fazenda, das viagens e da oficina enriqueceram meu pensamento e abriram os meus olhos para a vida e para o mundo. Não poderia deixar de homenageá-lo. No Dia da Bandeira, deste país especial, brindarei também ao aniversário, deste homem especial: Celso de Almeida, meu pai.
Pai
Fábio Jr.