Celso de Almeida Jr.
Publicado no jornal A Cidade - Coluna Política & Políticos
Ubatuba-SP, 21 de outubro de 2000
Li na Folha Vale que Paulo Ramos terá um ombudsman.
Um crítico, especialista em administração pública, com status de secretário, que acompanhará o prefeito, diariamente, dando dicas e orientações quando julgar conveniente.
Proposta interessante.
Quem será o escolhido?
A ideia poderá ser o alicerce para implantarmos em Ubatuba a função de Gerente de Cidade.
Esta iniciativa foi defendida no início da administração Zizinho, mas, como marca registrada de seu governo, não saiu do papel.
O Gerente de Cidade é uma espécie de administrador de um grande condomínio. Existe um síndico eleito - o prefeito - e um administrador contratado - o gerente de cidade - que auxiliará o chefe do executivo nas questões burocráticas, legais, operacionais e administrativas.
Nos países onde este sistema foi implantado, a função é desempenhada por um profissional pós-graduado em gerenciamento municipal.
Nos EUA o gerente de cidade é contratado, geralmente, por um prazo de 2 ou 3 anos, podendo ser prorrogado indefinidamente. Fica no cargo enquanto for muito bom.
Ao valer-se desta fórmula, o prefeito libera-se de tarefas excessivamente burocráticas que, via de regra, não representam o ponto forte de nossos políticos. Podendo confiar num profissional conhecedor e estudioso da legislação, o prefeito pode aproveitar melhor o tempo para concentrar-se num projeto político para a cidade, atraindo investimentos, negociando com o Estado e a União, planejando a longo prazo.
Também é uma forma da municipalidade incentivar o funcionalismo a se pós-graduar neste assunto. Existem muitos técnicos competentes na prefeitura, conhecedores da máquina administrativa, talentosos para esta área.
Neste campo a FAAP - Fundação Armando Álvares Penteado - saiu na frente, com abrangente programação em seu curso de Gerente de Cidade, editando inclusive uma interessante revista, de onde colhi estas informações.
Ao dar indícios de que pautará a sua administração com mais técnica, Paulo Ramos mostra amadurecimento e permite até a um observador mais cético como eu concluir que, neste instante, não é o caso de aplicar a antipática expressão: "Mingana quieu gósthu!"
Em tempo:Na mesma generosa Folha Vale, li que Andrade poderá ser - se quiser - o Secretário de Obras. Sua fidelidade a Paulo Ramos, enquanto prefeito interino, mostra que sempre foi seu homem de confiança. Na época, atendeu as indicações políticas de Paulo; respeitou o jogo de seu partido e posicionou gente "do time" na prefeitura. Colhe, portanto, os frutos do que plantou. Secretário ou vereador, ficará numa boa. Tranquilão. Com muita técnica, Paulo Ramos reforça que é dando que se recebe.
Dois Mil e Um
Os Mutantes