4.6.11

Riquinho & Cia.

Celso de Almeida Jr.


Publicado no jornal A Cidade - Coluna Política & Políticos
Ubatuba-SP, 12 de agosto de 2000


Há um tipo de político bastante conhecido. É o que assume compromissos perigosos para financiar a campanha eleitoral. Se preciso, entrega a alma ao diabo para alcançar a vitória. Acredita que vomitar dinheiro no oba-oba, nos muros, nas super-equipes de panfletagem e nos incrementados carros de som seja suficiente para mostrar a capacidade para administrar ou legislar. Ora, qualquer panaca com dinheirinho no bolso faz barulho. Existem marqueteiros aos montes, prontos para orientar a politicalha na criação do fuzuê que o povão aprecia.
Poucos concentram suas campanhas na divulgação de ideias, propostas e debates esclarecedores. A grande maioria não tem equipe consistente, não tem capacidade para o exercício do cargo público e, o que é pior, não tem postura moral para ocupá-lo.
Entretanto, há políticos com caráter e dignidade suficientes para negar a ajuda de empresários fominhas que abrem a mala para bancar a campanha desde que possam sugar o orçamento da prefeitura.
O político alucinado que firma qualquer compromisso fica, geralmente, refém de seus sinistros colaboradores. E, entre estes, há verdadeiros gangsters que exigirão o sangue do patrocinado. Acontece que aquele que assim é eleito entrega aos bandidos não o seu patrimônio, mas o nosso.
Já é hora da prefeitura, do orçamento, dos serviços e da fiscalização serem confiadas à pessoas sérias, bem intencionadas, conscientes de seu papel na sociedade, comprometidas com o futuro dos nossos filhos e que não compactuem ou façam vista grossa à malandragem instituída.
Temos a obrigação de desconfiar de campanhas milionárias. Temos o dever de exigir transparência na prestação de contas.
É necessário e urgente valorizar as condutas honestas. É chegado o momento dos empresários, comerciantes e profissionais liberais bem sucedidos estenderem as mãos aos políticos decentes. Ao financiarmos propostas construtivas e cidadãos corretos evitaremos que o patrimônio público seja rifado por safados que só ocupam espaço porque nós deixamos.
Não podemos permitir que salvadores da pátria encantem e influenciem o nosso povo. Não há milagres. Só o trabalho sério, baseado no cumprimento das leis, garantirá o desenvolvimento de Ubatuba.

Lei é Lei
Continuo divulgando a legislação eleitoral. Fique por dentro:
Doações e contribuições para a campanha:
As pessoas físicas poderão doar ou contribuir com até o limite máximo de dez por cento dos rendimentos brutos auferidos no exercício de 1999.
As pessoas jurídicas ficam limitadas a dois por cento do faturamento bruto do exercício de 1999.
Se os recursos forem próprios do candidato, ficam limitados ao valor máximo de gastos estabelecido pelo seu partido.
Também o eleitor está limitado a realizar gastos em apoio a seu candidato até a quantia equivalente a mil UFIRs que, se não forem reembolsados, não se sujeitam a contabilização.
Propaganda:
É permitida a colocação de faixas, placas, estandartes e assemelhados nas pontes, viadutos, passarelas e postes de iluminação pública, desde que não lhe cause dano, dificulte ou impeça o seu uso e o bom andamento do tráfego.

Pecado Capital
Paulinho da Viola
Amaranto Trio Vocal